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Evento pede gás de geladeira menos nocivo

Seminário propõe alternativas, como hidrocarbonetos, para substituir gases prejudiciais à camada de ozônio que são usados em refrigeração

DAYANNE SOUSA
da PrimaPagina

O último tipo de gás nocivo à camada de ozônio ainda permitido na refrigeração começa a ser substituído no Brasil. Os hidroclorofluorcarbonos, conhecidos como HCFCs, são usados em geladeiras e aparelhos de ar condicionado, mas seu consumo não poderá mais crescer a partir de 2013 e deve ser eliminado até 2040. Para que as indústrias conheçam e passem a testar novas tecnologias, o PNUD e o Ministério do Meio Ambiente estão realizando uma série de seminários que vai divulgar substitutos a esses gases.

O seminário Difusão do Uso de Fluidos Refrigerantes Alternativos em Sistemas de Refrigeração e Ar Condicionado acontece neste dia 11 em Porto Alegre. O objetivo é reunir fabricantes, empresas de manutenção e projetistas de sistemas de refrigeração para debater formas de adequar a indústria à política nacional de eliminação dos gases. Em 2008, foram feitos eventos como esse em São Paulo e Recife e até o ano que vem, a organização espera chegar às regiões Centro-Oeste e Norte.

O uso de HCFCs cresceu muito no país porque eles foram a principal alternativa aos CFCs (clorofluorcarbonos), muito mais nocivos e que começaram a ser combatidos a partir da assinatura, em 1986, do Protocolo de Montreal (o Brasil só aderiu formalmente ao protocolo em 1990). Os países signatários do documento se comprometeram a acabar com a emissão de gases prejudiciais a camada de ozônio.

Na época, não havia outras alternativas totalmente não poluentes e o uso do HCFC já representou grande redução na destruição da camada de ozônio – dependendo de qual o tipo de gás (são 38 diferentes de HCFC), os CFCs podem ser até 50 vezes mais prejudiciais que os hidroclorofluorcarbonos.

Assim, o Brasil atingiu em 2008 uma emissão de HCFCs suficiente para destruir mais de 1,8 mil toneladas de ozônio, mil vezes mais que o que se emitia em 1989, segundo (dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). Em compensação, o país reduziu em mais de 97% a destruição causada por CFCs e agora começa a segunda etapa de cumprimento do Protocolo, combatendo o HCFC.

Em 2007, o texto do acordo foi atualizado para incluir novas metas, inclusive a que envolve HCFCs. Além de estacionar o consumo a partir de 2013, o Protocolo determina que em 2015 já haja redução de 10% com relação ao usado em 2009.

Novas opções

Tatiana Zanette, analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente, afirma que já existem alguns refrigeradores sendo produzidos no Brasil sem usar nem CFC nem HCFC, mas isso ainda é raro. Nas geladeiras domésticas, é possível usar hidrocarbonetos – como o propano e GLP (gás líquefeito de petróleo), que não destroem a camada de ozônio –, mas é preciso adequar o equipamento. “Não é apenas trocar um gás pelo outro, a grande maioria precisa de alteração no projeto”, aponta. Isso porque cada gás tem uma pressão ou uma temperatura diferente. Além disso, os hidrocarbonetos são inflamáveis e seria preciso criar formas de lidar com essa limitação.

Há outras áreas em que ainda não existe um substituto ideal ao HCFC. É o caso dos aparelhos de ar condicionado, diz Tatiana. Para as geladeiras comerciais, que ficam em supermercados, é possível usar CO2, mas a analista diz que ainda está para ser instalado o primeiro equipamento do Brasil produzido com essa técnica.

Desenvolver novas tecnologias e adequar os equipamentos para o uso de gases alternativos é um dos maiores desafios nos próximos anos. Para Tatiana, os fabricantes terão de lidar com um custo mais alto no início do processo e será preciso treinar projetistas e até mesmo os que trabalham com manutenção.

“Para muita gente essas são informações muito novas, as pessoas precisam ter conhecimento de que essas substâncias vão ser eliminadas e precisam conhecer novas tecnologias”, observa Tatiana.

Os chamados gases refrigerantes são responsáveis pelo esfriamento dentro das geladeiras e nos aparelhos de ar condicionado. Aparelhos que estão em uso hoje em dia e que utilizam gases nocivos não precisarão ser trocados. Apenas é necessário cuidado para que, durante uma manutenção ou descarte, o gás, que fica preso num reservatório, não seja liberado para o meio ambiente.

 

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