O Brasil e a Proteção da Camada de Ozônio: uma parceria bem-sucedida entre governo, setor produtivo e sociedade.

“Parceria entre Governo Brasileiro, agências implementadoras e setor privado é o maior sucesso da implementação do Protocolo de Montreal” afirma ex-gerente do PNUD

Entrevista: Marina Ribeiro

 

marina ribeiro 2017

 

Desde 1992 como funcionária do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil, Marina Ribeiro foi para Nova York em 1998 para atuar na sede do PNUD com a implementação de projetos ambientais para a América Latina e o Caribe.

De volta ao Brasil em 2002, ela trouxe a experiência internacional para assumir a gerência da Unidade de Implementação e Monitoramento do Protocolo de Montreal no PNUD Brasil, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente.

Marina Ribeiro permaneceu até 2017 como gerente de projetos, e, durante esse período, teve a oportunidade de acompanhar a implementação do Plano Nacional de Eliminação dos CFCs (PNC) e do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), além de diversos projetos demonstrativos para proteção da camada de ozônio.

Em entrevista exclusiva, ela comenta sobre a importância de uma Unidade de Implementação e Monitoramento do Protocolo de Montreal no Brasil e o sucesso da implementação do tratado ambiental.

Como avalia os resultados e alcances dos 30 anos do Protocolo de Montreal, com foco na implementação de projetos executados pelo PNUD no Brasil?

A celebração de 30 anos do Protocolo de Montreal significa a celebração de 30 anos de trabalho para a celebração da vida, afinal de contas, estamos trabalhando para a preservação da camada de ozônio. O trabalho do PNUD é como agência líder de implementação. A agência apoia o Governo Brasileiro, que é o coordenador desse trabalho, em todas as etapas do projeto, desde a elaboração, a implementação, a execução, e a finalização. 

Nas ações do Protocolo de Montreal, o PNUD vem apresentando apoio técnico e operacional ao Governo Brasileiro. Inicialmente, os projetos para eliminação de CFCs eram executados individualmente, para cada empresa identificada que necessitasse realizar a sua conversão tecnológica. Depois, surgiu a proposta de agrupar todos os projetos em planos e programas, que levou ao desenvolvimento do Plano Nacional de Eliminação de CFCs - PNC. Nesse Plano, o PNUD prestou assistência no trabalho de conversão tecnológica. Tinha também trabalhos de capacitação técnica, principalmente no setor automotivo, além dos setores dos resfriadores de líquidos centrais, espumas, aerossóis, refrigeração comercial e refrigeração doméstica. Foi aí também que o PNUD começou a atuar como agência líder de implementação, tendo todo esse trabalho de conversão tecnológica, capacitação técnica, conscientização pública a respeito da preservação da camada de ozônio. Esse trabalho foi realizado desde 2002 a 2010.

Um fato muito importante e gratificante foi a antecipação da eliminação dos CFCs pelo Brasil de 2010 para 2007. Em decorrência desse plano nacional, os CFCs foram substituídos por uma outra substância que também é danosa para a camada de ozônio. Então surgiu um outro programa, que é o Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs - PBH, que agora já está na Etapa 2. O PNUD, nesses 30 anos, sempre esteve presente, prestando assistência ao Governo Brasileiro em seus compromissos junto ao Protocolo de Montreal.

Como avalia a parceria entre Governo, agências multilaterais e setor privado para o sucesso dos projetos de implementação do Protocolo de Montreal no Brasil? 

O trabalho de parceria entre o PNUD, o Governo Brasileiro, as demais agências de implementação e o setor privado, que é o foco de implementação principal de todo esse trabalho de parceria, é um grande desafio. Felizmente, o PNUD, como agência líder de implementação, sob a coordenação do Governo Brasileiro, tem trabalhado para o sucesso dessa parceria durante esses 30 anos de implementação do Protocolo de Montreal.

Como avalia a importância do estabelecimento de uma equipe especializada e técnica para a execução de projetos do Protocolo de Montreal, nos moldes da Unidade de Implementação e Monitoramento (UIM) do PNUD? 

A formação de uma equipe técnica dentro de uma unidade de implementação e monitoramento é crucial para um trabalho bem-sucedido em todas as etapas de execução de um projeto.

Eu cheguei no PNUD/Brasil em 2002. Então, ver uma equipe capacitada e preparada para prestar assistência ao Governo Brasileiro na preparação e execução de projetos é um sentimento de dever cumprido e de orgulho por ter deixado um legado de sucesso para as próximas décadas de parceria.

Quais são os principais desafios enfrentados por uma agência para a implementação do Protocolo de Montreal?

Os desafios são tantos! Temos muitos desafios para a execução de um projeto, e aqui destaco dois. O primeiro deles é o trabalho em parceria, fazer com que esse trabalho seja harmonioso, que todas as entidades envolvidas estejam trabalhando no mesmo sentido, com o mesmo propósito. O segundo desafio é trabalhar com a iniciativa privada e convencê-la do aspecto ambiental do trabalho e de sua importância além das questões econômicas.

Como os resultados obtidos com a implementação do Protocolo de Montreal ao longo desses 30 anos se alinham com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável lançados pelas Nações Unidas?

O impacto dos trabalhos que foram realizados pelo PNUD para a preservação à camada de ozônio, prestando assistência técnica e operacional ao Governo Brasileiro, está diretamente relacionado, principalmente, a três objetivos de desenvolvimento sustentável: combate à mudança do clima; inovação; e crescimento econômico. Mas todo o trabalho que é desenvolvido para implementação do Protocolo de Montreal tem relação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, como a preservação da vida marinha, as relações com igualdade social, igualdade de gênero e raça. O Protocolo de Montreal tem um pouquinho de cada ODS.

 

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