O Brasil e a Proteção da Camada de Ozônio: uma parceria bem-sucedida entre governo, setor produtivo e sociedade.

Seminário disseminou a aplicação de fluidos refrigerantes naturais Fluidos Refrigerantes

O Ministério do Meio Ambiente – MMA, em parceria com a ANPRAC – Associação Nacional dos Profissionais de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento, com o PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e com o IMT – Instituto Mauá de Tecnologia, realizaram nos dias 21 e 22 de novembro, o Seminário “Uso de Refrigerantes Naturais em Sistemas de Refrigeração e Ar Condicionado”, no Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul (SP). A iniciativa é oportuna, já que nesse ano, o mundo celebra os 20 anos do Protocolo de Montreal, tratado assinado por 191 países que se comprometeram a eliminar o uso de substâncias que destroem a camada de ozônio. "No Brasil, os CFCs já foram banidos - e o uso de HCFCs será congelado nos patamares de 2013", lembra Ruy de Góes, Diretor de Mudanças Climáticas da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, em referência ao novo cronograma para a eliminação de HCFCs estabelecido durante a 19ª Reunião das Partes do Protocolo de Montreal, em setembro deste ano. No encontro, definiu-se que o uso dos HCFCs será eliminado em 97,5 % até 2030 - com produção e consumo congelados nos patamares de 2013, a partir da média dos dados de 2009 e 2010 -, restando 2,5% para usos eventuais até 2040.


O seminário - que incluiu palestras proferidas por especialistas do Brasil e exterior - promoveu, como alternativas viáveis aos HCFCs, o uso de fluidos refrigerantes naturais como a amônia, o dióxido de carbono (CO2) e os hidrocarbonetos - que não destroem a camada de ozônio e têm baixíssimo efeito estufa.

Especialistas discutem alternativas para o futuro

“Nos últimos dez anos o setor de refrigeração e ar condicionado viveu um grande movimento de discussão e avaliação dos seus impactos ambientais devido à proteção da camada de ozônio e a eliminação dos CFCs e HCFCs, que originou e ainda vai gerar diversas modificações nos fluidos refrigerantes, nos projetos dos seus produtos e equipamentos, nos processos de fabricação e procedimentos de manutenção. É muito difícil prever com precisão as conseqüências das mudanças na atmosfera. Nos anos recentes um outro problema ambiental também de dimensões globais, o efeito estufa e o processo de aquecimento global, vem sendo analisado e a participação dos diversos setores industriais, entre eles, o setor de refrigeração e ar condicionado tem sido debatida com o intuito de promover a disseminação de alternativas em relação ao fluidos refrigerantes para estes sistemas”, disse Roberto de Aguiar Peixoto, Prof. Dr., reitor do IMT e um dos coordenadores do Seminário. Segundo Peixoto a iniciativa do evento foi de extrema importância para o setor de AC-R em divulgar tecnologias viáveis para serem aplicadas no Brasil, como também quebrar vários tabus quanto a utilização de fluidos como propano, isobutano e CO2, que abriu o evento discursando sobre a “Visão geral sobre os fluidos refrigerantes naturais”. O primeiro dia foi marcado por palestras que enfatizaram a aplicação do CO2 na refrigeração doméstica, comercial, industrial e automotiva.

Enio Bandarra, Prof. Dr. da UFU, que atualmente faz pós-doutorado em Lausane, na Suíça, trouxe para apresentar em sua palestra o tema “Aplicações do CO2 no setor automotivo”, que pode ser aplicado tanto em carros de grande porte como também em populares. Para Bandarra , o evento representou a preocupação do Brasil em se antecipar as tecnologias já utilizadas na Europa e identificou o interesse dos profissionais do mercado em novas tecnologias.

Já Alessandro Silva, engenheiro de aplicação da Bitzer, proferiu sobre “Aplicações do CO2 no setor de refrigeração comercial para supermercados”. “Na minha opinião foi um excelente seminário, pois tivemos a oportunidade de mobilizar tanto os fabricantes de máquinas e equipamentos de refrigeração nacionais e estrangeiros, como toda a comunidade técnico-científica do Brasil em busca de novas soluções. Acredito que o Brasil será um dos primeiros países da América Latina que utilizará, o mais breve possível, as alternativas já disponíveis com os fluidos naturais para substituir os (H)CFC’s no setor de refrigeração”, disse Silva.
Com sua palestra sobre “CO2 em equipamentos para refrigeração comercial, o Prof. Dr. da UFSC, Cláudio Melo, destacou os trabalhos realizados do Pollo – Laboratório da Universidade, com experiência na aplicação de fluidos naturais para vending machines. “Através de parcerias entre Universidade e empresa privada, tivemos a oportunidade de mostrar como é possível desenvolver equipamentos compatíveis com esses fluidos naturais e a viabilidade de aplicação em nosso mercado. Esta foi uma excelente oportunidade também de podermos debater, questionar e demonstrar aos usuários tais possibilidades”, afirmou Melo.

O presidente da Anprac e diretor da Yawatz, Leonilton Tomaz Cleto, destacou a refrigeração industrial em sua palestra cujo tema foi “Aplicações do CO2 no setor de refrigeração industrial”. Cleto exibiu sistemas já existentes com este tipo de aplicação e ressaltou a performance dos equipamentos e sistemas, além de demonstrar as vantagens em relação a eficiência energética para as instalações.

“A utilização de CO2 como refrigerante em sistemas de refrigeração industrial para baixas temperaturas é apenas uma questão de tempo, uma vez que a redução da carga de amônia pelo aspecto da segurança, deve ter um peso cada vez maior para a legislação. Sistemas tradicionais com cargas que até ultrapassam 50 ton de amônia podem ter sua carga reduzida até 500 kg em sistemas cascata utilizando CO2”.


Já José Alberto R. Parise, Prof. Dr da PUC - Rio de Janeiro, em sua palestra sobre “Novas soluções para fluidos refrigerantes secundários em refrigeração”, destacou a aplicação da pasta de gelo, utilizando como exemplo o fluxo sanguíneo de nosso corpo, entre outros. Para Parise é de fundamental importância que seminários como este aconteça com mais frequência para difundir os conhecimentos técnicos, principalmente com a aplicação dos fluidos naturais onde se requerem alguns cuidados especiais em relação às suas aplicações.

O segundo dia do evento foi marcado pelo tema hidrocarbonetos, onde João Pimenta, Prof. Dr. da UnB, dissertou sobre “Hidrocarbonetos aplicados na refrigeração doméstica”, relatando sobre algumas experiências realizadas no laboratório da Universidade de Brasília; e Roberto Peixoto apresentou “Hidrocarbonetos aplicados na refrigeração comercial e ar condicionado, também demonstrando algumas aplicações de sucesso.

A amônia, outro fluido refrigerante natural também foi destaque em palestras proferidas por Carlos Suffert, engenheiro de aplicação da SPM Engenharia, que falou sobre “Aplicação da amônia no setor de refrigeração comercial para supermercados”; e Leonilton Tomaz Cleto discorreu sobre “Aplicação da amônia nos setores de refrigeração e ar condicionado”.

Especialistas da Europa e Estados Unidos finalizaram o evento. Pedrag (Pega) Hrnjak, Prof. Dr da Universidade de IllInois – EUA, dissertou sobre “Pesquisa e desenvolvimento tecnológico para o uso de refrigerantes naturais”. Pega disse que achou excelente a iniciativa e a qualidade dos trabalhos apresentados foi de alto nível técnico. “A iniciativa do MMA em conduzir a discussão de forma aberta com a participação da comunidade técnico-científica e instituições do setor de extrema importância e um diferencial”. Pega também elogiou a participação da ANPRAC através dos representantes do mercado e das universidades.

E por fim, Bernd Kaltenbrunner, representante da Eurammon Européia, apresentou o tema “Uso de fluidos refrigerantes naturais na União Européia – situação atual e tendências”.

“A Eurammon está muito interessada na iniciativa do Brasil e se propõe a continuar o apoio na continuidade da difusão da tecnologia de refrigerantes naturais através de novas parcerias com a ANPRAC e com o MMA”, informa Kaltenbrunner. Para ele o evento abriu portas para o início de um relacionamento entre a Eurammon e o Brasil na troca de informações.

Ações continuadas para a difusão do uso de fluidos naturais

As ações serão continuadas por meio da realização de eventos semelhantes para difusão do uso dos fluidos naturais e elaboração, publicação e divulgação de materiais técnicos que serão distribuídos em nível nacional para disseminação dessas informações. “O nível dos palestrantes foi digno de um evento internacional, reunindo os principais nomes envolvidos com fluidos naturais em nível nacional e internacional. O público abrangeu desde representantes de grandes supermercados, tais como o Carrefour, até representantes de empresas fabricantes de equipamentos de refrigeração, professores universitários e estudantes, representantes de órgãos governamentais, dentre outros, todos de nível respeitável”, informou Ana Carolina F. B. Thomaziello - Assessora Técnica do Núcleo de Ozônio da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA.

De acordo com Cláudia Focking- Assessora de Comunicação do Núcleo de Ozônio da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA; Liamárcia Hora- Assessora Técnica do Núcleo de Ozônio da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA e Tatiana Zanette - Analista Ambiental do Núcleo de Ozônio da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, o Ministério espera promover eventos semelhantes a partir do ano que vem, colocando-se à disposição para a busca de novas parcerias, críticas e sugestões.

 

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